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Por que engordamos

Foto do escritor: Dra. MaithêDra. Maithê

Atualizado: 17 de out. de 2024

Obesidade não é apenas uma questão de calorias ingeridas versus calorias gastas

Por que engordamos
O ganho de peso depende da forma como o corpo responde a determinados estímulos

O ganho de peso é um fenômeno multifacetado e envolve uma combinação de fatores que incluem hormônios, genética, estilo de vida, alimentação e até aspectos psicológicos. 


A obesidade, considerada uma das maiores preocupações de saúde pública no mundo moderno, não é apenas uma questão de calorias ingeridas versus calorias gastas; ela é muito mais complexa e depende de como o corpo responde a diferentes estímulos, especialmente no que diz respeito à regulação hormonal. 


1 - O papel dos hormônios no ganho de peso


Os hormônios são substâncias químicas produzidas por glândulas endócrinas que regulam várias funções corporais, como o metabolismo, apetite, armazenamento de gordura e distribuição de energia. 


Quando há desequilíbrio hormonal, o corpo pode começar a acumular gordura de maneira mais eficiente, levando ao ganho de peso. 


Estes são os hormônios mais importantes envolvidos neste processo:


Insulina


Produzida pelo pâncreas, a insulina é fundamental para o controle dos níveis de açúcar no sangue. 


Quando você consome carboidratos, a insulina ajuda a transportar a glicose para as células, onde ela é usada como energia. 


No entanto, um consumo excessivo de açúcar e carboidratos pode levar à resistência à insulina, uma condição em que as células não respondem adequadamente à insulina. 


Isso faz com que o pâncreas produza mais insulina, levando a níveis cronicamente elevados, o que pode promover o armazenamento de gordura, especialmente na região abdominal.


Cortisol


Conhecido como o "hormônio do estresse", o cortisol é liberado pelas glândulas adrenais em resposta ao estresse. 


Níveis elevados de cortisol estão associados ao aumento do apetite e à preferência por alimentos ricos em açúcar e gordura. 

O estresse crônico pode manter os níveis de cortisol altos, promovendo o acúmulo de gordura visceral, a mais perigosa em termos de saúde cardiovascular.


Leptina


Produzida pelas células de gordura, a leptina envia sinais ao cérebro sobre os níveis de energia armazenados no corpo, promovendo a sensação de saciedade. 


No entanto, em pessoas com obesidade, há uma resistência à leptina, onde o cérebro não recebe o sinal de que há energia suficiente, levando ao aumento do apetite e à continuidade do ganho de peso.


Grelina


Este hormônio, secretado pelo estômago, é conhecido como o "hormônio da fome". 


Ele aumenta antes das refeições para estimular o apetite e diminui após a ingestão de alimentos. 


Pessoas com sobrepeso ou obesidade tendem a ter níveis elevados de grelina, o que dificulta a perda de peso e favorece o ganho de peso contínuo.


Hormônios da tireoide


Os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), produzidos pela glândula tireoide, são cruciais para a regulação do metabolismo. 


O hipotireoidismo, uma condição em que a tireoide não produz hormônios suficientes, pode resultar em um metabolismo mais lento, levando ao ganho de peso.


Estrogênio


Nas mulheres, o estrogênio desempenha um papel crucial na regulação da gordura corporal. 


Após a menopausa, os níveis de estrogênio caem, o que pode levar ao ganho de peso, especialmente na região abdominal. 


O aumento de peso nesta fase da vida também está associado a um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares.


2 - Genética e hereditariedade


Além dos hormônios, a genética também desempenha um papel significativo no ganho de peso. 


Estudos mostram que a genética pode influenciar a maneira como o corpo armazena gordura, a taxa metabólica e até o apetite. 

Por exemplo, variações no gene FTO foram associadas a um maior risco de obesidade. 


Pessoas com certas variantes desse gene podem ter uma predisposição a comer mais e armazenar energia como gordura com mais eficiência do que outras.


Condições genéticas raras, como a síndrome de Prader-Willi, também podem causar ganho de peso significativo desde a infância. Esta condição é caracterizada por um apetite insaciável, devido a uma falha nos sinais de saciedade no cérebro.


Embora a genética possa predispor uma pessoa ao ganho de peso, não significa que o destino seja inevitável. 


Fatores ambientais, como a dieta e a atividade física, também desempenham um papel crucial e podem ajudar a mitigar a predisposição genética.


3 - Metabolismo e Envelhecimento


O metabolismo é o processo pelo qual o corpo converte o que você come e bebe em energia. 


A taxa metabólica basal (TMB) é a quantidade de calorias que o corpo precisa para realizar funções básicas em repouso, como respirar, manter a temperatura corporal e circular o sangue. 


Vários fatores influenciam a TMB, incluindo idade, sexo, composição corporal (quantidade de músculo versus gordura) e genética.


À medida que as pessoas envelhecem, o metabolismo tende a desacelerar, principalmente devido à perda de massa muscular, que é metabolicamente ativa.


Isso significa que o corpo queima menos calorias em repouso, o que pode levar ao ganho de peso se a ingestão de calorias não for ajustada para compensar essa mudança.












Mitos e verdades


1. Estilo de vida também explica por que engordamos.


Verdade. Vida sedentária e falta de atividade física regular são alguns dos principais fatores de risco para a obesidade.



2. Certos medicamentos também podem contribuir para o ganho de peso.


Verdade.  Antidepressivos, antipsicóticos, corticosteroides e alguns medicamentos usados para tratar diabetes, como a insulina, são conhecidos por ter ganho de peso como um efeito colateral. 3. Sucos industrializados são ricos em calorias, mas contribuem com a sensação de saciedade.


Mito. Pelo contrário, não contribuem para a sensação de saciedade e isso pode levar ao consumo excessivo de calorias



4. Privação de sono não tem relação com o aumento de apetite.


Mito. Ao contrário, tem relação. A privação de sono tem sido associada a um aumento nos níveis de grelina (o hormônio da fome) e a uma redução nos níveis de leptina (o hormônio da saciedade).







Principais dúvidas


1. A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma das causas que explica por que engordamos?


Sim. A SOP é uma condição hormonal comum que afeta as mulheres em idade reprodutiva e está associada à resistência à insulina e ao aumento de peso, especialmente na região abdominal.


2. Ganho de peso pode também ser influenciado por fatores psicológicos?


Sim. Ansiedade, depressão, baixa autoestima e estresse são alguns dos fatores emocionais que podem levar ao "comer emocional". 


As pessoas muitas vezes recorrem a alimentos reconfortantes, ricos em açúcar e gordura, como uma forma de lidar com essas emoções.


3. Quais desequilíbrios hormonais podem explicar por que engordamos?


Vários hormônios estão reconhecidamente associados ao ganho de peso, cada um desempenhando um papel específico na regulação do apetite, armazenamento de gordura e metabolismo. Aqui está uma lista dos principais hormônios envolvidos:


Insulina - já citado


Cortisol - já citado


Leptina - já citado


Grelina - já citado


T3 e T4 - já citados.


Estrogênio -  já citado.


Testosterona - presente em grande quantidade no organismo masculino, diminui com o envelhecimento, reduzindo a massa muscular e aumentando a gordura corporal.


Hormônio do crescimento (GH) - níveis baixos podem reduzir o metabolismo e aumentar a gordura corporal.


Neuropeptídeo Y (NPY): Neurotransmissor que aumenta o apetite, especialmente por carboidratos, e está ligado ao acúmulo de gordura, particularmente em situações de estresse.


Adiponectina: Hormônio regulador da sensibilidade à insulina. Seus níveis são mais baixos em pessoas com obesidade, aumentando o risco de resistência à insulina e acúmulo de gordura abdominal.


Peptídeo YY (PYY): Hormônio intestinal que reduz o apetite após as refeições. Em pessoas obesas, sua eficácia pode ser menor, dificultando a sensação de saciedade.


Incretinas (GLP-1 e GIP): Hormônios que regulam a insulina e promovem a saciedade. Alterações em sua função podem levar ao ganho de peso e ao desenvolvimento de diabetes tipo 2







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